Ame o próximo. Se não conseguir, pelo menos respeite!
Frase usada em faixas e cartazes na Parada do Orgulho LGBTQIA+ de São Paulo.
Em junho, internacionalmente, celebra-se o Mês do Orgulho LGBTQIA+. A data, é uma homenagem ao que a maioria dos historiados considera o início da luta organizada pelos direitos dessa comunidade.
Foi em 28 de junho de 1969 que os frequentadores do Stonewall Inn. – um bar gay, no vilarejo de Greenwich, em Nova York – resolveram dar um basta na perseguição e violência policial que até então era infringida à comunidade.
Para se ter ideia, Um relacionamento LGBT, até os anos 1960, nos EUA, podia levar até à prisão perpétua! Castração, choque elétrico e lobotomia – cirurgias que retiravam parte do cérebro do paciente – eram usadas para tentar “curar” os homossexuais.
A “revolta” ou o “levante” foram cobertos pelos jornais New York Times e o New York, ganhando destaque mundial, e impulsionando a comunidade em outros países a fazerem o mesmo.
2020 – 60 depois e há muito ainda a se conquistar, principalmente, o respeito!
Prova disso é o recente episódio (22/06/22), num episódio lamentável de homofobia ocorrido em nossa cidade, contra companheiras que foram agredidas verbalmente e fisicamente na porta de um bar.
É possível constatar por meio do vídeo que circula nas redes sociais e portais de notícias que as companheiras foram hostilizadas verbalmente por conta do gênero e orientação sexual de ambas, tendo uma delas sua integridade física atacada, quando covardemente o agressor jogou uma cadeira em sua direção, atingindo seu rosto.
De acordo com os dados divulgados pela Secretaria de Segurança Pública de São Paulo, atualmente entre os crimes de ódio, a homofobia é uma das mais recorrentes, superando as ocorrências por intolerância racial.
A OAB São Vicente, através de sua Diretoria, com o apoio da Comissão de Diversidade Sexual e da Comissão de Combate a Violência de Gênero, reforça que confia no trabalho da Polícia para realizar a investigação do caso e localização do agressor, para que esse responda nos termos da lei por seus atos, bem como confia também no trabalho do Poder Judiciário na realização de justiça, aplicando a pena de maneira exemplar e severa, trazendo um pouco de conforto as vítimas, além de servir de desestímulo para que novos crimes como esse sejam praticados em nossa região.
Através de Nota de Repúdio, a Subseção de São Vicente enviou às vítimas do ocorrido total apoio e solidariedade, reiterando, igualmente, seu repúdio a qualquer ato de homofobia, intolerância e violência de gênero, permanecendo em sua missão de promover a conscientização sobre o assunto, além da prevenção e enfrentamento desses tipos de crime.
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Os números são alarmantes
De acordo com o Fundo Brasil (www.fundobrasil.org.br) organização voltada à defesa dos Direitos LGBTQIA+,
- Cerca de 20 milhões de brasileiras e brasileiros (10% da população) se identificam como pessoas LGBTQIA+;
- 51% das pessoas LGBTQIA+ relataram ter sofrido algum tipo de violência motivada pela sua orientação sexual ou identidade de gênero;
- 1 pessoa LGBTQIA+ é assassinada a cada 29 horas no Brasil;
- 68% dos jovens LGBTQIA+ já foram agredidos ou sofreram algum tipo de ameaça.
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Em tudo isso, fica claro: o respeito ainda é o principal desafio a ser conseguido…
Entender e respeitar o próximo como ser humano, com seus defeitos e qualidades, é o que nos deixa mais próximos de uma sociedade mais justa. (HBJr)